O QUE É A SÍNDROME DE BURNOUT?
O termo é utilizado para descrever a condição de exaustão ocasionada pelo excesso de trabalho, de competitividade e de responsabilidades no exercício da profissão. Por isso, a doença também é chamada de Síndrome do esgotamento profissional.
O estágio de esgotamento é caracterizado pelo colapso mental e físico.
POR QUE A SÍNDROME DE BURNOUT ACONTECE?
Dentre os fatores que contribuem para o crescimento da Síndrome de Burnout no mundo, estão os longos expedientes, a alta velocidade de troca de informações – dentro e fora do ambiente de trabalho -, a pressão por resultados e, atualmente, a pandemia do COVID-19 e suas consequências.
A International Stress Management Association (ISMA) apontou que, no Brasil, cerca de 33 milhões de brasileiros sofrem com a Síndrome.
As consequências do Burnout vão além do sofrimento psíquico do trabalhador, é também um fator de risco para o desenvolvimento de outros transtornos, como os depressivos e ansiosos.
SINTOMAS
A Síndrome de Burnout se caracteriza por sintomas. São eles:
- EXAUSTÃO EMOCIONAL
- DESPERSONALIZAÇÃO
- BAIXA REALIZAÇÃO PROFISSIONAL
Veremos a seguir o que significa cada um dos sintomas:
EXAUSTÃO EMOCIONAL: Se caracteriza por falta de energia e de concentração, falhas de memória, instabilidade emocional, sentimento de solidão, impaciência e baixa autoestima. A pessoa afetada percebe que não dá conta de realizar suas atividades e, por consequência, se sente desmotivada a trabalhar.
DESPERSONALIZAÇÃO: É identificada pelo enfraquecimento do contato social. Junto da desmotivação para o trabalho, surge a falta de vontade de desempenhar as atividades cotidianas, mudanças de comportamento e predomínio de relações mais frias e distantes. Inicialmente, pode ser percebida com clientes, pacientes e colegas de trabalho.
BAIXA REALIZAÇÃO PROFISSIONAL É causada pela sensação de infelicidade ligada ao desempenho das atividades no trabalho. O sentido que aquela função e até a profissão tinha para a pessoa vai mudando, deixando de ser tão importante e significativo. Além de se ver como incapaz, o indivíduo passa a enxergar o trabalho como um ambiente de sofrimento, o que pode gerar aumento no número de faltas.
OS 12 ESTÁGIOS DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL
Importante deixar claro que nem todo mundo passa por todos os estágios ou nessa sequência. O processo de desenvolvimento da Síndrome pode ocorrer de forma muito particular para cada pessoa.
- COMPULSÃO DE APROVAÇÃO
- DIFICULDADE DE SE DESLIGAR
- NEGAÇÃO DAS NECESSIDADES
- FUGA DE CONFLITOS
- REVISÃO DE VALORES
- NEGAÇÃO DE PROBLEMAS
- DISTANCIAMENTO
- MUDANÇAS COMPORTAMENTAIS
- PERDA DE PERSONALIDADE
- VAZIO INTERIOR
- DEPRESSÃO
- BURNOUT
É importante nunca esperar até a situação ficar mais grave para buscar auxílio. Quanto mais cedo, melhor! Ao notar esses sintomas, é de extrema importância que a pessoa com suspeita procure ajuda profissional.
COMO CONFIRMAR O DIAGNÓSTICO?
De início, a orientação é de acompanhamento psicoterapêutico. Se necessário, o psicólogo realizará o encaminhamento para o acompanhamento psiquiátrico.
Para que a Síndrome de Burnout seja considerada, deve haver pelo menos um sintoma em cada uma das três dimensões: exaustão emocional, despersonalização e perda de realização pessoal.
Segundo a psicóloga Ana Luisa Magaldi Suguihura “Independentemente do diagnóstico, a busca de ajuda especializada deve ocorrer sempre que houver impacto negativo, como sofrimento, prejuízo no ambiente de trabalho ou na vida pessoal.”
COMO TRATAR A SÍNDROME DE BURNOUT?
Além do acompanhamento com psicoterapia, o tratamento da Síndrome de Burnout também pode incluir medicamentos, de acordo com prescrição do psiquiatra. Geralmente, antidepressivos ou ansiolíticos. Entre um e três meses, o tratamento normalmente começa a mostrar resultados, mas a depender do caso, ele pode durar mais tempo.
Além das mudanças nas condições de trabalho e hábitos, o afastamento da ocupação pode ser recomendado pelos profissionais de saúde como forma de intensificar o tratamento e diminuir o sofrimento do paciente. Para afastamentos com tempo menor que 15 dias, deve ser apresentado à empresa o atestado médico. Em períodos maiores, o afastamento acontece pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
QUEM PODE DESENVOLVER A DOENÇA?
Algumas profissões, devido às suas rotinas de trabalho, têm mais riscos de uma predisposição a desenvolver a Síndrome de Burnout. Profissionais da área da saúde, da segurança pública, da educação, da justiça e da comunicação são alguns dos principais exemplos, já que estão expostos constantemente a eventos estressantes com envolvimento emocional e baixa tolerância a erros.
Um perfil comum de pessoas acometidas pelo esgotamento profissional é o workaholic (em tradução livre, “viciado em trabalho”), compostos por indivíduos que, devido à dedicação extrema ao trabalho, costumam ignorar os sintomas da estafa e ultrapassar limites em nome dos resultados.
Nas empresas, é importante voltar a atenção para as condições de trabalho, os métodos de avaliação, de cobrança e para as relações interpessoais entre chefes e funcionários. Apesar de acometer os trabalhadores de forma particular, o ambiente ao redor tem grande importância e pode colaborar para o desencadeamento da Síndrome.
BURNOUT X DEPRESSÃO: COMO DIFERENCIAR?
Apesar de possuírem sintomas semelhantes, a Síndrome de Burnout, o estresse e a depressão são questões de saúde específicas, tratados de maneiras distintas pela OMS.
O Burnout é um tipo de estresse ocupacional prolongado, uma condição que se desenvolve por questões entre o indivíduo e o trabalho. Enquanto o estresse é uma reação psicofisiológica do corpo a condições adversas em geral, e a depressão é um transtorno psiquiátrico que pode ser episódico ou crônico, podendo estar relacionados e serem causados por questões em outras áreas da vida, como família e vida social.
O estresse comumente está ligado a transtornos de ansiedade, com emoções ativas e exaltadas. Enquanto o Burnout, apesar de ser uma condição relacionada ao estresse, é caracterizado pelo distanciamento, pelo isolamento, e pela desmotivação, assim como a depressão.
Apesar de mais semelhantes, o Burnout e a depressão se diferenciam ao passo que a depressão é causada por combinações de situações da vida e interações químicas do cérebro, sem necessariamente uma questão específica que defina o surgimento. Já o esgotamento profissional, apesar de estar associado à depressão em alguns casos, é estritamente ligado à vida profissional.
COMO PREVENIR A SÍNDROME DE BURNOUT?
PRATIQUE ATIVIDADE FÍSICA: Encontre uma atividade prazerosa para você e estabeleça uma rotina de prática. Se você não se adapta às atividades mais comuns como musculação, caminhada e corrida, outras alternativas como a dança, a yoga, o pilates e a pedalada também são válidas! Se sentir dificuldades em se motivar, combine a ida com amigos ou procure atividades em grupo ao ar livre. Além dos benefícios físicos, você amplia a sua rede de contatos!
REORGANIZE SUA ROTINA DE TRABALHO: Estabeleça prioridades em seu expediente e siga a ordem definida. Tenha horários de intervalo, ainda que curtos, para descansar a mente.
RESPEITE O SEU SONO: Mesmo em meio à correria, organize sua rotina para desfrutar de pelo menos oito horas diárias de sono, tentando manter o padrão no horário de dormir e acordar. Reduza o uso de eletrônicos à noite, ajuste iluminação e temperatura do ambiente onde você dorme e tente se recolher mais cedo para aproveitar melhor a noite.
MELHORE SUA ALIMENTAÇÃO: A má alimentação está entre as causa de várias doenças, por isso, além de fazer parte do tratamento, a alimentação também atua na prevenção! Não pule as principais refeições do dia (café da manhã, almoço e jantar). Nos intervalos, opte por lanches saudáveis. Reduza o consumo de açúcares, gorduras e alimentos industrializados. A alimentação também tem impacto na saúde mental!
PRIORIZE MOMENTOS DE LAZER: Saia com os amigos, visite familiares, utilize seus dias de folga para se desligar do trabalho, se divertir e relaxar! Identificando ou não sinais da Síndrome de Burnout, estabelecer uma rotina de autocuidado focada na sua saúde física e mental vai transformar sua vida para melhor!
COMO EVITAR O BURNOUT NAS EMPRESAS?
O trabalho de gestão de pessoas, realizado pelos setores de Recursos Humanos ou de Psicologia, a depender da empresa, pode montar estratégias de relacionamento e de acompanhamento da saúde dos funcionários.
É de extrema importância a valorização e o reconhecimento do colaborador, a consistência e a coerência entre os discursos e atitudes da empresa e dos gestores e investimento na qualidade da comunicação interpessoal. O autocuidado e cuidados em saúde mental, de forma geral, devem ser estimulados.
Os cuidados com os profissionais oferecem benefícios também para as empresas, pois colaboradores em um ambiente saudável, que contam com atenção e apoio da gestão, produzem mais, melhor e faltam menos.
COMO CUIDAR DA SUA SAÚDE MENTAL NO HOME OFFICE
Para quem trabalha em regime de home office, é ainda mais importante estabelecer uma rotina estruturada, com flexibilidade. Isso significa ter alguns horários mais planejados para fazer as refeições, praticar exercícios, trabalhar, dormir e acordar, por exemplo, mas com abertura para pequenos ajustes quando necessário. É essencial ter uma separação entre vida pessoal e vida profissional para que a pessoa possa se desconectar das atividades, obrigações e preocupações do trabalho.
Para se desconectar do trabalho, tente desativar as notificações de aplicativos; combinar com sua equipe os horários-limite para troca de mensagens ou e-mails sobre trabalho e preparar um ambiente em casa em que se concentrem os materiais e atividades profissionais, para que eles não tomem a casa toda.
Portanto, para evitar o desenvolvimento da Síndrome de Burnout, é essencial que você busque o equilíbrio em todas as áreas da sua vida! Lembre-se de incluir atividades que lhe proporcionem prazer no dia a dia, cuide da sua alimentação e da sua saúde. Mas, se você se identificou com muitos sintomas do transtorno e sente que isso está lhe causando sofrimento, busque agora mesmo auxílio profissional para desenvolver estratégias de enfrentamento que aliviam as dificuldades geradas no ambiente de trabalho.
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